domingo, 22 de outubro de 2006

Do latim: valente


''Quem se define, se limita"... Eu vou além

Anna Valentina Bruni: parece nome de princesa, mas eu prefiro dizer que é nome de guerreira, combina mais com significado, combina mais comigo. "Corajosa, valente, de temperamento forte", parte de mim faz jus ao nome, e a outra parte, tenta...
Tenho 20 anos, e infelizmente, cara de 16 ( ando com o RG na testa pra não ser barrada em qualquer lugar), nasci em Frabizia, uma cidadezinha bem ao sul da Itália, mas vim pra São Luis quando bebê, e aqui fiquei, não sai mais. Meu pai, Alvaro Bruni, também é de lá, mas resolveu vir morar aqui quando conheceu uma artista maranhense que fazia uma exposição por lá, Luiza, minha mãe. Luiza, como a música de Tom Jobim, tão linda quanto ela. Meu pai costumava dizer que Tom fizera a música pra ela, porque estava apaixonado, e ela envaidecida, apenas sorria. Os dois se apaixonaram, casaram, tiveram uma filha e nós viemos morar aqui. O amor dos meus pais, nunca vi igual, um amor forte, profundo que me faz sonhar com um semelhante. Um amor interrompido apenas pela morte da minha mãe. Há uns dois anos, ela morreu num acidente de avião, vindo de uma das exposiçoes que ela fazia. Meu pai nunca soube lidar com a perda, e acabou se afastando um pouco de mim, talvez pelo fato de eu parecer muito com ela, e isso piorou muito nossa relação... Ele acabou indo embora, com a nova mulher e os novos filhos, e eu fiquei aqui. Depois disso, morei um tempo com tia Alice, irmã da minha mãe, que me ajudou muito e acabou preenchendo um pouco do vazio que minha mãe deixou...Do meu pai, a única coisa que recebi foi o dinheiro, mas isso nunca me importou muito, eu precisava de mais da parte dele. Por isso, resolvi me virar "sozinha".
Hoje moro num pequeno apartamento onde minha mãe morou quando solteira, e que depois de casada, usava apenas para guardar suas obras. Algumas vezes, tia Alice, mesmo contra minha vontade, passa um tempo aqui pra colocar um pouco de ordem da casa. O apart é o lugar mais lindo que conheço, digo isso não pelo lindo vitral logo na entrada, nem pelo portão de ferro pintado de rosa, nem tampouco pelo banquinho de gesso que fica perto da escada, mas pelo simples fato de ser uma das poucas coisas que eu tenho e o único lugar que eu chamo de lar. O prédio é bem velho, a decoração é antiga, mas o que me agrada nele é isso, essa beleza estranha. Meu apartamento então, esse mesmo precisa de retoques, e tia Alice quando vem, me ajuda no que pode. A única molíbia dele é um fogão, uma geladeira, uma cama, uma TV velha, uma armário e meu PC. Moramos nele há um ano, eu, Bruno, meu lindo e adorável labrador preto,e Ignácio, meu gato persa acinzentado. Posso dizer que os dois são os homens da minha vida. Estou no 4º período do curso de Jornalismo, que desde criança sonhava em fazer,já comecei as aulas práticas e estou cada vez mais empolgada com as "reportagens" e "entrevistas" cada vez mais ridículas que faço por ai. Pra melhorar meu desempenho na facul, tô fazendo curso de francês, e a cada dia gosto mais de fazer o biquinho pra falar...Nas raras horas vagas, costumo pintar, gosto que herdei da minha mãe. Cada pedacinho do meu apart é ocupado pelas telas que pinto e que retratam aquilo que sinto e também o que finjo sentir. Pra ganhar um troquinho extra, que é um complemento com ajuda que tia Alice me dá quando pode, trabalho meio expediente antes de ir pra aula numa locadora de vídeo na beira-mar, a "Video Caffe Hitchcock", especializada em filmes cult. Comecei a trabalhar lá por causa de duas de minhas paixões: o cinema alternativo e meu melhor amigo, Pedro.
Pedro é meu amigo de infância, crescemos juntos, e aprendemos a nos gostar de uma maneira diferente e muito complicada, mas é melhor falar sobre isso depois... Pedro Gabriel, e eu o chamo de Gael pela incrível semelhança como o ator, tem os olhos verdes, e o cabelo bem preto, como os dele. Ele é filho do dono da locadora, e é simplesmente apaixonado por cinema, vive com uma cãmera na mão filmando tudo que vê e a velha camisa: "Godard is not GOD". Além do cinema, é apaixonado por pintura, faz facul de artes plásticas, tem um gosto parecido com o meu, e é por isso que a gente se dá tão bem. Trocamos algumas figurinhas sobre pintura. Foi ele que conseguiu o emprego na Video pra mim,o que foi bom pra nós dois.
O que mais falar de mim?! Falar apenas do que possuo, meu cachorro, meu apartamento, meu carro caindo aos pedaços, um fusca verde e um coração por vezes maior que eu. Ah, por falar em coração, esse ai já não bate nem apanha, anda feito um bobo, meio calejado, e que só quer descansar um pouquinho. Um coração que ensinou sua dona a ser um pouco mais dura, mais corajosa e mais forte.
Esta é Valentina, do latim: valente. Bom... nem sempre valente, mas sempre procurando ser forte, e que por vezes, é como a lua, cheia de fases: meio tola, meio segura, meio menina, meio mulher, que uma hora corre, outra se esconde, mas assim como todas aqui, está decidida a não mais chorar...
Esta é Valentina... bem-vindos a seu mundinho torto...

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Valentina! Você só esqueceu de dizer a seus apreciadores que tem um homem pelo qual vc é apaixonada e aqui estou eu para me apresentar: Romero.
Se eu estiver errado me corrija, se não, faço questão q vc diga a todos. Um BJÃO do seu amor, ROMERO.

Anônimo disse...

valentina
tow levando o dvd hj... mas pf reserva ele p dorot ta?
bjs